SECA Morte ronda o quintal da transposição JC percorreu região castigada pela mais dura estiagem dos últimos 40 anos Publicado em 12/05/2012, às 16h19 Ciara Carvalho As notícias de morte espantam a esperança no Sertão de Pernambuco. Onde se chega, o cheiro de miséria espalha-se pela terra esturricada. Vive-se de contar bicho morto, chorar o feijão perdido, esperar por uma água que não vem. No quintal do agricultor Cláudio José da Silva, 36 anos, a humilhação é maior. A vaca esquálida, de tão fraca, desistiu de comer. Bicho e homem não precisavam passar por isso. A poucos quilômetros dali, a bilionária obra da transposição do Rio São Francisco vende a promessa de um Sertão altivo, produtivo, com o qual Cláudio já cansou de sonhar. “A obra tá parada. Esse ano tá perdido de tudo. A gente veio para cá porque disseram que a transposição ia começar por aqui. Até agora, não serviu de nada”, lamenta o homem, enquanto ajeita a corda que segura o pescoço do bicho caído. Um derr...
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Água para produção de alimentos no Semiárido
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Antonio Gomes Barbosa [1] “ A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.” ( Declaração Universal dos Direitos da Água) Introdução As grandes obras hídricas, criadas supostamente para combater a seca e resolver o “problema” da escassez de água no Semiárido, associadas à adoção maciça de modelos de transferência de tecnologias não adaptadas à realidade da região, geraram um quadro de penúria e insegurança alimentar que imputaram à região uma situação desesperadora de miséria e insegurança alimentar. Em um Semiárido exposto a inúmeras mazelas, foram também múltiplas as iniciativas e estratégias construídas pelas famílias para a garantia do acesso à água e aos alimentos. Na luta diária pela sobrevivência, mulheres e homens, portadoras/es de um vasto saber adquirido a partir da observação da natureza ao longo ...
Gestão e controle social das políticas de acesso à água no Semiárido
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Antonio Gomes Barbosa [1] Rafael Santos Neves [2] Contextualização A partir do final da década 1980 e início da de 1990, após um longo período de ditadura militar - na região nordeste estreitamente associad a a centenárias práticas coronelistas, em que a opinião e o livre pensar eram reprimidos e acusados de algo subversivo e de caráter negativo - , com a reorganização de espaços formais e informais nas comunidades rurais e o surgimento de inúmeras organizações de assessoria, ganha força o ideário de disputar junto ao Estado ações de apoio a um melhor viver e conviver com as características da região. Neste cenário, duas questões centrais emerg ira m da sociedade civil como linhas de ação para a convivência com o s emiárido. De um lado, o imperativo de se ter do Estado uma ação provedora que suprisse necessidades seculares básicas, a exemplo da disponibilidade de água para beber e produzir alimentos, educação contextualizada, saúde, suporte técnico, transporte,...